Maria: na alegria do chamado, testemunho e serviço.

Maria, mulher leiga, santa, Mãe de Deus, a primeira discipula é modelo de testemunho e serviço para os cristãos leigos e leigas. O Documento 105 da CNBB “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade” convida a todos, “a dirigir o nosso olhar para Maria, a fim de compreendermos em toda a sua grandeza e dignidade a natureza e missão dos cristãos leigos e leigas” e afirma que “a reflexão sobre o perfil mariano da Igreja abre muitos horizontes e oferece luzes para maior e melhor compreensão do ser e da missão dos leigos e leigas no seio do povo de Deus”. (n. 115)

Por: Equipe de Articulação Diocesana para o Ano do Laicato

Em Maria, encontramos a máxima realização da existência cristã. Por sua fé e obediência à vontade de Deus e por sua constante meditação e prática da Palavra, ela é a discípula mais perfeita do Senhor. (Dap, n. 266).

Aos cristãos leigos e leigas é lançado o chamado a assumir as mesmas atitudes de Maria:

1) Está atenta ao chamado de Deus: Maria ao receber a visita do anjo Gabriel, o questionou (“como irá acontecer isso?”Cf.Lc 1,26 ss),  demonstrando sua abertura a promessa de Deus de enviar o Salvador, o Libertador. Cristãos leigos e leigas atentos ao Seu chamado, buscam compreender a realidade com seus desafios, porém dispostos a colaborar na “construção de uma sociedade justa, solidária e pacífica, que seja sinal do Reino de Deus, inaugurado por Jesus de Nazaré”. (n.11).

2)Se coloca à disposição do Senhor:Maria busca compreender como melhor poderá servir o que Deus quer para seus filhos e filhas; o “fiat” (faça-se) de Maria, é uma resposta de entrega “Eis-me aqui”: Ao (re)descobrir a beleza do Batismo que nos insere na comunidade cristã, assumindo nossa Identidade e Vocação de cristãos comprometidos, não há outra resposta que possamos dar a Deus: Eis-nos aqui: cristãos leigos e leigas, na Igreja e na Sociedade, dispostos a contribuir, cada um e cada uma, com seus dons para ser “Sal da terra e luz do mundo”.

3) Se coloca a serviço dos outros:“Maria sai às pressas para visitar sua prima Isabel”. Os leigos e leigas, representantes das paróquias da nossa Diocese de Guarulhos, se dispuseram a viver essa experiência, procurando visitar agentes de pastorais que trabalham nos comitês de saúde, nas pastorais sociais, nos conselhos da criança e adolescentes, para estreitar laços com aqueles e aquelas que vivem, no cotidiano das suas tarefas, os conflitos e necessidades dos rostos sofredores que vivem em nossa cidade. Conforme afirma o Papa Francisco: “Ninguém pode sentir-se exonerado da preocupação pelos pobres e pela justiça social.”

4)Percebe as necessidades daqueles a quem foi negado a dignidade da vida justa. No Magnificat, Maria fala de Deus e das maravilhas que realizou nela, no mundo e no seu povo. Maria nos leva a descobrir os critérios da misteriosa ação de Deus. O Senhor, confundindo os critérios do mundo, vem em auxílio dos pobres e pequenos, em detrimento dos ricos e dos poderosos, e, de modo surpreendente, enche de bens os humildes, que lhe encomendam sua existência (cf.Redemptorismater, 37).

Os bispos destacam no Documento 105: “É missão do povo de Deus assumir o compromisso sociopolítico transformador, que nasce do amor apaixonado por Cristo. Desse modo se incultura o Evangelho. O povo pobre das periferias urbanas ou do campo necessita sentir a proximidade da Igreja, seja no socorro de suas necessidades mais urgentes, como também na defesa de seus direitos e na promoção comum de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz”. (n. 161)

5) Presença na comunidade com os discípulos: Maria, mãe de Jesus, presente na comunidade com os discípulos (At 1,14) atesta a todos nós, a exigência da vivência comunitária, como “Oficina de Oração”, a fim de que “na descoberta do dom de ser cristão, possamos nos tornar discípulos missionários”, como Maria, tocada pelo Espírito, também pode sair anunciando as maravilhas que o Senhor havia realizado na sua vida. “Na dinâmica amorosa e suave do Espírito que anima e dinamiza a Igreja, os discípulos missionários possam colocar a serviço seus ministérios, carismas, vocações e serviços.”

6)Discernimento nas horas de necessidade. “E Maria disse: Fazei tudo o que ele disser” (cf. Jo 2,5). A missão dos cristãos leigos e leigas é ser protagonista, sujeitos eclesiais que agem com maturidade na fé, “que experimentou o encontro pessoal com Jesus Cristo e se dispôs a segui-lo com todas as consequências dessa escolha”. É saber renunciar a si mesmo, e como o sal se dissolver para deixar Cristo agir. “Nem o sal, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair de si, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver”.

Os cristãos leigos vivem o seguimento de Jesus Cristo no seu dia a dia e, como Maria, vivem a alegria deste chamado, sonham e promovem pela vocação assumida a construção de um outro mundo possível.

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