Estamos na ante-sala de um golpe contra a democracia

signorelliCreio que nunca vivemos uma crise política como a que estamos vivendo. Até mesmo porque, hoje, estão no cenário figuras que deveriam ser expulsas do cenário político, como o presidente da Câmara dos Deputados, dep. Eduardo Cunha. Primeiro, fraudou a constituição brasileira com a aprovação do projeto de Reforma Política.

Por:  Carlos Signorelli (CAP)

Eduardo Cunha (foto) Não conseguiu aprovar numa noite, chamou membros da Câmara, pressionou-os e mais outras coisas, e no dia seguinte alterou vírgulas e colocu novamente o projeto em votação, numa afronta à Constituição. Mas o seu doentio autoritarismo não ficou nisso: quando perdeu a votação do projeto de redução da maioridade penal numa noite, novamente achacou alguns de seus pares e obteve, no dia seguinte, a vitória tão desejada, mudando pequenas coisas no projeto antes rejeitado e colocando-o, de novo, em votação.

Tudo isso deu-lhe a visão clara de que tudo pode! Temos hoje a certeza de que vivemos sob o poder quase total de um ditador nazi-fascista, anti-democrático que, nesse momento político, com um congresso considerado o pior de toda a história democrática do Brasil, age nos descaminhos, e, infelizmente, com a anuência de partidos considerados sérios e de uma imprensa que já perdeu toda a credibilidade. Um exemplo é o do PSDB, criado em 1986 por figuras do nível de um Montoro, que, na linha do “é contra o PT então somos a favor”. Na verdade, podem estar subsidiando o “ovo da serpente”. Afinal, há um golpe em andamento, que se fará pelos caminhos chamados “legais”, constitucionais.

1. No Congresso, a constituição é pisoteada ao bel prazer de um megalômano ensandecido. E com o aplauso de um grupo imenso de deputados e senadores. E parece-nos que, mesmo com a inconstitucionalidade de seus atos, ele segue em frente sob o aplauso de membros do STF.

2. O Ministério Público que age na linha do: “é do PT, prendamos! É de outro partido, libertemos!” É incrível como todas as falcatruas, os imensos casos de corrupção de membros do PSDB, principalmente nos governos de Minas e São Paulo desaparecem de suas preocupações. Veja-se, por exemplo, o chamado “mensalão mineiro” (que foi assim denominado para não dizer que era o do PSDB de Minas): Num valor muito maior, com demonstrações claríssimas, ainda não deu início, muito embora o processo tenha se iniciado um ano antes do chamado “mensalão petista” (aqui, sim, se dá o nome do partido. Porque será?)

3. Vejamos as chamadas “delações premiadas”. A situação seria ridícula e risível não fosse um absoluto descaso com a justiça e com as normas jurídicas. E o mais grave são as exposições na mídia, principalmente às sextas feiras, quando a revista Veja fecha a pauta para o número que vai em seguida para as bancas e assinantes. Como tais delações são obtidas ainda não temos dados concretos. A história, sim, vai nos mostrar.

4. A Polícia Federal, agindo partidariamente, tem entre seus membros delegados que fizeram campanha em 2014 via mídias sociais, chamando a presidenta por nomes e apelidos impublicáveis. E estão na direção da chamada “Operação Lava-a-Jato”.

5. E agora o TCU, cuja composição é toda ela de ex-deputados e senadores de partidos da oposição e seus parentes, que, numa atitude inédita, acha pelo em ovo, e obriga a presidenta a explicar-se sobre ato praticamente comum desde a década de 90. E o mais grave é que, praticamente, suas contas poderão ser rejeitadas por isso e, daí ao impeachment será um pulinho, sob a direção do probo Eduardo Cunha.

6. Alguns acreditam que Cunha não vai buscar rejeitar as contas, pois seu interesse está num impeachment em fins de 2016 ou início de 2017: segunda metade do mandato da presidenta. Aí, com o impedimento da mesma, ele assume a presidência. E como a reeleição não está proibida para os eleitos(as) em 2012-2014, ele pode se candidatar a presidente da república. Por seu lado, o PSDB acredita que, sem Lula, a eleição de 2018 já está garantida. Mas com quem: Aécio, Serra, Alkmin?

7. Uma mídia de extrema direita, seletiva, ligada ao grande capital, que deixa de noticiar o que não agrada a este. A Operação Zelotes mostrou que um valor imenso de dinheiro de tributos federais de empresas foi perdoado por um grupo criminoso e corrupto de funcionários públicos de alto escalão. Nada foi divulgado pois entre os acusados estão a Gerdau, a RBS, afiliada da Globo, e grandes bancos. O chamado “swiss leaks” revelou que empresas e pessoas físicas depositavam imensos valores no HSBC e este enviava para paraísos fiscais e daí para a Suíça, e nada se pagava de tributos sobre tais valores. O HSBC afirmou oficialmente que tiraria as contas das empresas da grande mídia que noticiassem o assunto.

Estamos na ante-sala de um golpe contra a democracia brasileira. No golpe estão grandes partidos e uma parcela significativa do povo brasileiro que, sem entender muito bem, e manipulado pela mídia seletiva, apoia o golpe. Estamos, neste momento, constituindo uma Frente, cujo manifesta estamos propondo em nossa página para ser assinado. É um manifesto pluripartidário, no qual muitas assinaturas vêm de membros da intelectualidade, da Igreja, da OAB, que nem filiação partidária têm. É preciso lutar, para que o Brasil continue sendo dos brasileiros.

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