A Vocação da Família nestes Tempos.

A vocação da família sempre foi a de agregar, estar presente, de amar e dar suporte aos membros da família. Mesmo nos momentos mais sofridos, a família é essencial para nos amparar e socorrer. É na família que aprendemos a partilhar, a ser nós mesmos com nossos jeitos e nossa maneira de ser.

Por: Maria Célia Pinto

Agora estamos vivendo um momento que não imaginávamos que iríamos viver: O mundo foi assombrado por uma pandemia sem medida e sem controle, todos fomos afetados e a família ficou muito fragilizada.

Muitos pais perdendo seus empregos, os filhos sem escola, muitos profissionais da saúde na linha de frente nos Hospitais e clinicas, comércio fechado, templos sem a participação dos fiéis,  enfim…

Uma pandemia que veio para nos mostrar coisas boas, também: pais descobriram seus filhos, filhos ficaram felizes pela presença de seus pais em casa, tivemos que nos reinventar com eles. Passamos a conhecer os vizinhos, praticar de generosidade de ir em mercados, bancos.  Os recursos eletrônicos adentraram muitos lares com a participação de missas, celebrações, cultos, terços via TV, celular, a novidade do recurso das Lives , reuniões, divertimentos e trabalhos. E os aniversários? Para alguns restou uma mesa preparada para celebrar com a família e amigos via Live. Tempos Novos!

Neste tempo também a família aprendeu a repartir e partilhar mais, muitas doações do que percebemos que não precisávamos, mas que serviria para outras pessoas, a ajuda comunitária de alimentos e ajuda financeira para necessitados. Passamos a entrar em contato com outras pessoas, se preocupar mais com elas, principalmente com nossos entes queridos de mais idade. O difícil nesta época é a separação de netos (as)e avôs (as) os filhos também ficaram isolados de seus pais.

A vocação da Família nesta época difícil, é de também, cuidar das dores e dos sofrimentos de tantos que estão perdendo seus entes queridos.

Até março de 2020 percebíamos essas perdas, essas mortes de forma diferente. Diante dessa pandemia do Coronavírus sentimos a perda de pais, mães, maridos, esposas, filhos, amigos, familiares e vizinhos, e como a dor aumenta diante das incertezas e sofrimento de não poder velar as pessoas queridas, de não poder estar perto das pessoas para abraça-las, consolar e rezar por aqueles que estão partindo. A pessoa se sente mais só… mais abandonada… por não poder partilhar sua dor. Uma dor silenciosa…  Como diz o Papa Francisco no Amoris Laetitia n, 253 “Não podemos deixar de oferecer a luz da fé para acompanhar as famílias que sofrem em tais momentos. ”

Época de muitas separações, muita solidão, de privações muitas perdas de emprego, de moradia, de dignidade, onde as vezes está difícil de ver um horizonte melhor.

Participo de um grupo “Fica Conosco Senhor” de Perdas e Viuvez. Esse grupo nasceu diante da necessidade de olharmos para as dores de quem sofre por questões de morte ou outro tipo de perda. 

O que temos constatados é que alguns anos atrás as pessoas ficavam viúvas (os) com mais idade, como nossos avôs e avós. Hoje percebemos que muitos estão morrendo inesperadamente, sejam vítimas de doenças, acidentes, assaltos e diversas situações de violências; muitas mães perdendo seus filhos muito cedo, e muitos filhos ficando órfãos. Lembremos aqui da Viúva de Naim onde perde seu bem mais precioso: seu filho e Jesus o Ressuscita (cf. Lc 7, 11-16).

Não podemos estar juntos dos que sofrem suas perdas, mas estamos juntos na oração e na solidariedade. Fiquemos atentos aos que sofrem e vamos nos colocar em seu lugar para que possamos ter fé e confiança e a certeza que venceremos a tristeza e seguiremos em frente com a força de Nossa Senhora, que ficou viúva, perdeu seu Filho Amado, mas que continuou em pé ao lado da Cruz, e sendo acolhida por sua Comunidade, continuou a missão de ser Serva de Deus. Família, o Bem mais Precioso de Deus.

Maria Célia Pinto

p/ Grupo Fica Conosco Senhor  

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