Análise de Conjuntura abre trabalhos da 41ª AGO

A Análise de Conjuntura da 41ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) do CNLB Nacional, em Recife, foi conduzida pela professora Tânia Bacelar de Araújo.

A Análise de Conjuntura da 41ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) do CNLB Nacional, em Recife, foi conduzida pela professora Tânia Bacelar de Araújo.
A metodologia utilizada foi a de situar movimentos macros de tendências estruturais a partir de três eixos: 1) contexto Mundial, 2) contexto Nacional e 3) contexto do Nordeste.
As mudanças estruturais atuais estão em tendência de consolidação e regem as relações humanas e a Economia. Dois exemplos: a) de analógico para digital, b) e a mudança da Química para a Biologia (revolução tecnológica e científica que geram a crise ambiental).
A crise social está inserida em duas esferas: 1. Produtiva (bens ou serviços) e 2. Finanças (hegemonia na automatização e com grandes empreendedores).
A uberização do trabalho é um elemento crítico nas relações sociais atualmente: sem vínculo empregatício e beirando quase semiescravidão.
Segundo a professora Tânia, o contexto é de mudança profunda. É preciso olhar com atenção para a mudança do centro da economia do mundo (dos Estados Unidos ainda mais rico) para a China. Se a China se envolver com a Índia, a hegemonia econômica terá grande impacto na economia mundial.
Enquanto os organismos da economia mundial afirmam que “o mundo está carente de alimento”, é preciso observar que o Brasil é o segundo país em oferta de commodities e de alimentos, por esse motivo o mundo está interessado nas relações comerciais com o Brasil.
Em relação ao Brasil, é preciso reconhecer que somos uma sociedade desigual, e são muitas pessoas que necessitam de políticas públicas para uma sobrevivência mínima.


O debate hoje é dialogar com as questões ambientais valorizando a situação da população local. Observar as consequências caso contrário não olharemos para as mudanças estruturais que tendem a continuar, como por exemplo, a desindustrialização do Brasil. A necessidade é de mudança do modelo predatório para o modelo de avanço da política ambiental.
A economia tende a crescer em 2023, no entanto, a força do rentismo, ou seja, a taxa de juros dificulta, seja a atual dívida interna com a qualidade de vida da população gerando desemprego e as sérias consequências de péssima qualidade de vida para a população pobre.
Podemos observar alguns sinais positivos da política neste ano de 2023: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição que colocou foco nas políticas públicas para a população mais pobre, o novo arcabouço fiscal (e a promessa da reforma tributária), políticas públicas para gerar emprego, a liderança do Nordeste com ampliação de ofertas de energia limpa e renováveis.

Foto: Paulo Araújo


Professora Tânia destacou a importância do Nordeste para o Brasil no que tange à educação, às novas formas energéticas (sol e vento), e o germe da indústria automotiva que está nascendo entre Recife e João Pessoa.
O Brasil entrou em uma armadilha desde o final do século passado onde para o Estado a maior despesa é o pagamento de juros, o que impede o investimento em moradia, educação, emprego, etc.. Portanto, a rentabilidade enriquece cada vez mais os ricos e deixam cada vez mais os pobres de mãos vazias. É preciso uma mudança na transformação social neste contexto de grandes mudanças macroestruturais.
A proposta do Papa Francisco é que sejamos protagonistas do ter para o ser! Neste sentido ele convoca todas as todas as pessoas, especialmente a juventude, para assumir uma profunda mudança de uma economia que mata para uma Economia Realmada, promover uma sociedade justa, fraterna e igualitária. Cristãos leigos e leigos, sejamos profetas da esperança neste contexto tão desigual. Com coragem: “Não deixemos morrer a profecia”.

Por: Célia Souza – Comissão Nacional de Formação do CNLB

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